domingo, 22 de maio de 2011
Quem é você na internet? As empresas vasculham a internet para obter informações sobre candidatos a uma vaga — e novos serviços prometem varrer a suje
Michael Fertik, da Reputation.com: limpeza da reputação de marcas e indivíduos na rede
Em uma tarde de abril de 2008, a atriz e modelo paulista Michele Vignardi fez o que muitos internautas costumam fazer em frente ao computador: entrou no Google e digitou, letra por letra, o próprio nome. Tomou um susto. Naquele dia, o que viu não foram referências elogiosas a seus trabalhos. “Você quis dizer Michelli Vignardi?”, retornou o buscador.
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Apesar de sutil, a diferença na grafia dos nomes levou a resultados inesperados. Naquele mês, sua quase homônima Michelli Vignardi, uma prostituta de luxo americana, havia ganhado notoriedade com a publicação de uma matéria no jornal escocês DailyRecord.
O veículo associava o nome de Michelli a orgias com o empresário Irvine Laidlaw, um dos homens mais ricos da Escócia, também conhecido por manter uma relação próxima com David Cameron, na época candidato a premiê britânico.
Para o Google, uma pesquisa pela americana parecia mais natural do que uma pelo nome de Michele — e a reputação da brasileira, que nada tinha a ver com a história, ficou por um fio.
Sua primeira medida foi pedir ao jornal que a notícia fosse retirada do site. Sem obter sucesso, ela então procurou o Google para que o resultado nas buscas por seu nome não trouxesse referências à sua quase xará. E nada.
“Foi uma situação muito constrangedora”, diz Michele. “Até hoje isso me choca.” Sem outra carta na manga, a modelo decidiu mudar de nome — hoje atende por Michele Patrício e não quer mais saber do antigo sobrenome.
A reação da modelo brasileira à situação pode parecer exagerada. Num tempo em que a reputação de indivíduos e empresas é, em grande parte, definida por “entidades” como Google, Facebook e Twitter, porém, casos como esse tendem a se tornar mais comuns. Há anos, internautas vêm sendo estimulados a dividir na rede informações sobre si mesmos e sobre amigos e conhecidos em sites ou redes sociais, como o Facebook ou o Twitter.
Não por acaso, uma porção cada vez maior da vida das pessoas acontece hoje online. Com o passar do tempo, porém, o lado ruim do compartilhamento exagerado de informações pessoais na rede — voluntário ou não — começa a cobrar seu preço.
Eric Schmidt, ex-principal executivo do Google, já chegou a sugerir que, no futuro, as pessoas terão dois nomes durante a vida: um que dura até a adolescência, outro para a idade adulta.
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