terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Câncer de Lula teve redução de 'ao menos 75%', dizem médicos

A equipe médica do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em entrevista coletiva no final da tarde desta sexta-feira, em São Paulo, que o câncer do político teve uma redução de "pelo menos 75%". A quimioterapia, que recomeçaria apenas amanhã cedo, foi retomada no final desta tarde e o ex-presidente deve ter alta médica na noite de terça.

O cardiologista Roberto Kalil Filho disse que o ex-presidente estava apreensivo, mas recebeu o bom resultado dos exames com "um sorriso no rosto". "O estado geral de saúde dele é muito bom", disse o médico. De acordo com o cirurgião Luiz Paulo Kowalski, uma intervenção está "totalmente descartada" em virtude dessa redução. Uma radiologia está marcada para janeiro.

Roberto Kalil Filho conta a Lula e Marisa sobre os bons resultados do tratamento. Após a quimio, começa a radioterapia
Roberto Kalil Filho conta a Lula e Marisa sobre os bons resultados do tratamento. Após a quimio, começa a radioterapia

O oncologista Artur Katz classificou a redução no tamanho do tumor como "extraordinária". "A redução excede um pouco o que esperávamos", disse Artur Katz. "Comentávamos que havia uma perspectiva otimista, mas a melhora até excede o que esperávamos", afirmou. A retomada da atividade política do petista foi prevista para o início de 2012.

Ex-diretor do Inca se mostra confiante

Antes mesmo da coletiva de imprensa, o Jornal do Brasil ouviu o ex-diretor do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o médico oncologista Jacob Kligerman, da Universidade de Harvard e um dos maiores especialistas brasileiros no assunto.

Jacob Kligerman: "As chances de cura são bastante boas"
Jacob Kligerman: "As chances de cura são bastante boas"

Encontrado em Nova York pela reportagem do Jornal do Brasil, Kligerman comentou a respeito das notícias sobre o tratamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre, nesta semana, a última etapa da quimioterapia. Após essa fase, Lula passará a se submeter a radioterapia. O médico demonstra otimismo em relação à cura do câncer na laringe de Lula.

“Mesmo sem conhecer o caso do ex-presidente em particular, o fato de ele passar da quimioterapia para a radioterapia é um indicativo de que o tratamento está dando resultado”, analisa Kligerman. “Creio que as chances de cura, considerando casos similares, são bastante boas”.

Em relação à voz do ex-presidente, Kligerman não descarta a possibilidade de haver uma leve alteração:

“Pode, sim, haver algum tipo de mudança na voz, em casos como este. Mas, se houver, não deve ser nada radical”.

O câncer de Lula

Após queixa de dores de garganta, Lula realizou uma série de exames na noite de 28 de outubro. Na manhã do dia seguinte, foi divulgado boletim médico do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, informando que foi diagnosticado um tumor maligno na laringe, que seria inicialmente tratado por quimioterapia.

O câncer na região da laringe é mais comum entre homens e o de maior incidência na região da cabeça e pescoço. Os principais fatores que potencializam a doença são o tabagismo e o consumo de álcool. Já os sintomas são: dor de garganta, rouquidão, dificuldade de engolir, sensação de "caroço" na garganta e falta de ar.

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